Chegar em Paraty é algo realmente único. Se deparar com o Centro Histórico é como voltar no tempo e encontrar o período antigo do Brasil colônia. Vivenciar aquele momento ao observar as construções históricas, as ruas de pedras irregulares, os fortes, é realmente uma aula de história ao ar livre poder andar pelas ruas da cidade que outrora fora sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil. Esses e muitos outros fatores dão um valor especial à cidade, atraindo diariamente vários turistas do mundo inteiro para fazer passeios em Paraty, interessados em vivenciar a cultura e a história desse lugar.
No entanto, Paraty não se restringe a somente apresentar um turismo cultural e histórico. O município também possui diversas praias, trilhas e cachoeiras. E vai ser sobre esses atrativos naturais que iremos falar, os principais passeios em Paraty.
Chegar a esses lugares sozinho pode ser uma tarefa um pouco difícil, ter um guia ou alguém que defina os roteiros pode tornar a experiência muito mais proveitosa e confortável. Fizemos todos os passeios com a Paraty Tours, que é a agência que oferece a maior variedade de passeios em Paraty. Fizemos 4 passeios com eles e 1 por nossa conta (o Centro Histórico) e vamos descrevê-los agora ao longo do texto.
O que fazer em Paraty: principais passeios
Jeep Tour 4×4: trilhas e cachoeiras
O passeio de Jeep em Paraty é praticamente obrigatório, passando pelo Parque Nacional da Serra da Bocaina, meio a Mata Atlântica. O passeio tem duração em média de 6hs, muito bem aproveitadas por sinal. Você vai conhecer um lado pouco explorado da região com a Paraty Tours.
Primeiramente visitamos o Forte Defensor Perpétuo, um dos sete fortes de Paraty, no qual o nosso guia nos deu uma ótima aula de história sobre o local, que foi construído em 1822 para comandar o complexo defensivo da cidade, já que após a independência do Brasil havia uma tensão a ataque português por parte de tropas leais à Coroa Lusitana, ou ataques de piratas e corsários.
O forte recebeu essa nomenclatura em homenagem a D. Pedro primeiro que era contemplado com o título de Defensor Perpétuo do Brasil. Atualmente, há, no local, um museu que possui um acervo variado, com Casa do Comandante, Quartel dos inferiores, a Praça de Armas, os caldeirões para a produção de açúcar e artefatos da tradição Caiçara. O museu conta ainda com peças encontradas em fazendas da região como tronco de escravos, tambores entre outros. E vários artefatos que contam um pouco a história local.
A vista lá de cima é linda! É possível caminhar pelas ruínas do forte, por entre canhões e vistosas palmeiras, até chegar no mirante com vista pra Baía de Paraty. Durante o tour não há tempo para descer até perto do mar, mas se você for sozinho tente fazer a trilha e nos contar como é. Dizem que é lindo lá de baixo também.
A próxima parada foi na Cachoeira da Pedra Branca, que estava um pouco fria, mas mesmo assim entramos na sua piscina natural. É um lugar realmente muito lindo e bem preservado. Dá pra curtir 1h por lá, brincando em suas águas frias e se aquecendo no sol.
Bem perto dali, seguindo viagem, paramos no Engenho Pedra Branca, e é nessa parte que a galera que gosta de cachaça vai curtir. Pagamos uma taxa para entrar no engenho, e, através de um tour guiado, visualizamos todos os procedimentos para a produção da cachaça, tal como: fermentação, destilação, maturação e afins.
No fim do tour no alambique, fizemos uma degustação de cachaças que ali são produzidas e vendidas, eu experimentei 17 tipos, porém a mais marcante mesmo foi a Gabriela Cravo e Canela, que é a cachaça mais famosa da cidade, presente em drinks de diversos restaurantes da cidade.
Já na hora do almoço, fizemos uma parada para comer no Restaurante Villa Verde, que é lindo e fazia parte do roteiro. O mais legal é chegar até ele atravessando uma ponte pênsil em cima do rio. A comida não é baratinha, mas é bem saborosa e bem servida. A especialidade são as massas e molhos italianos, que são feitos no próprio local.
Já alimentados, passamos pelo Marco do Caminho do Ouro com o objetivo de chegar a famosa Cachoeira do Tobogã. Resumidamente é uma enorme pedra muito lisa e inclinada por onde escorre a água da cachoeira, e adivinhem o que mais? Pessoas! Sim, a gente desceu nesse escorregador até cair na piscina natural e foi bem divertido!
Depois subimos mais um pouco até chegarmos ao Poço do Tarzan, que tem esse nome por causa de uma grande pedra ao lado do poço onde algumas pessoas pulam na piscina natural. A área para cair na água é pequena e o chão é cheio de pedras ao redor, por isso optamos por não pular. Nosso guia disse que o risco de acidente é alto e nos aconselhou não arriscar. Recomendamos o mesmo a vocês.
A área do Poço do Tarzan é bem legal. Também tem uma ponte pênsil que leva até um restaurante do outro lado do rio. Bacana pra curtir um dia por ali com os amigos, aproveitando a piscina natural que é excelente para banhos.
O passeio também inclui uma parada no Alambique Engenho do Ouro, mas já era tarde quando chegamos no local, além de friozinho (fomos em Julho) e o grupo já estava satisfeito de experimentar cachaças naquele dia. Além do mais, fizemos todas as comprinhas na outra.
Passeio de Escuna (barco): ilhas de Paraty
O passeio de escuna em Paraty é um dos passeios obrigatórios e não pode deixar de ser feito. A saída é do Cais do Porto (píer), e basicamente a maioria das escunas possuem um roteiro tradicional com duração de 5 horas e 4 paradas.
Fizemos o passeio de barco em Paraty na Escuna Netuno II, da Paraty Tours, que possui dois andares e é bastante confortável. No segundo andar tem apenas mesas com cadeiras e espreguiçadeiras para tomar sol. A tripulação é bastante atenciosa e prestativa, e possuem também um fotógrafo a bordo fazendo fotos durante todo o passeio.
A primeira parada foi na Praia Vermelha. Ela é linda, água paradinha e clara, parece um paraíso perdido com uma vegetação que dá um toque especial na paisagem. Você tem duas opções: ir no bote que o barco oferece ou se jogar na água e chegar lá nadando. Escolhemos a segunda opção, claro!
Em continuidade, fomos à Ilha Comprida. O objetivo aqui é mergulhar com os peixes. O pessoal do barco os atrai jogando arroz, e quem estiver na água tem a possibilidade de ficar bem pertinho dos cardumes. Essa ilha não possui faixa de areia, então, para quem sabe nadar, é só pular e curtir o momento. A embarcação oferece gratuitamente aqueles flutuadores tipo “macarrão”, além de óculos e pé de pato (cobrados a parte).
Depois temos a pausa para o almoço, que é produzido dentro da escuna (não está incluso no passeio, tem que ser reservado no início do passeio e pago a parte no final do dia). Essa pausa é feita em um dos lugares mais mágicos do passeio: a Lagoa Azul. O lugar tem uma água com tonalidades únicas, o visual é incrível. Como já sabíamos que o lugar era paradisíaco, optamos por não perder tempo comendo e nos jogamos na água para curtir o local.
A última parada foi na Praia da Lula, que possui esse nome por ser um ótimo local para a pesca desse molusco na época certa, que é utilizado para a criação de variados pratos de restaurantes locais. Mais uma vez nos jogamos na água para curtir.
Todas as paradas do passeio de barco em Paraty são em lugares com águas calmas e cristalinas. As praias e ilhas são realmente imperdíveis. Não deixe de dar um mergulho nelas. A dica é levar uma toalha para se secar e não passar frio (se for inverno, recomendo um casaquinho leve também).
A volta do passeio é para curtir a paisagem. Aproveite para apreciar a cidade de Paraty vista do mar, com as montanhas ao fundo. É linda. É desse ângulo que foi feita a foto cartão-postal da cidade, com a clássica igrejinha e a Serra do Mar.
Netuno Expedition Fast: Saco do Mamanguá
Lancha rápida da Paraty Tours com capacidade para 12 pessoas, o Netuno Expedition Fast faz um passeio único que nenhuma outra empresa faz. Nesse passeio de lancha em Paraty, nós fomos ao pouco conhecido Saco do Mamanguá, que é considerada um pequeno paraíso ainda pouco explorado pelas agências de turismo. Ele tem a duração de 4hs.
O primeiro local de parada no Saco do Mamanguá foi a Praia do Engenho. A lancha para bem na areia, e descemos para aproveitar bem o lugar. O fato desse passeio ser único nos deu a possibilidade de ficar em praias totalmente vazias, o que de certa forma é muito bom.
A Praia do Engenho é pequena e super privada. Tem áreas de sombra com palmeiras e vegetação nativa para se proteger do sol. Ficamos quase 1h lá e confesso que o tempo passou muito rápido. Queria ter aproveitado muito mais aquele pedacinho do paraíso.
A segunda parada foi na Praia do Costa, que, atualmente, é conhecida como Praia do Crepúsculo. Ela recebeu esse nome porque foi cenário de uma cena do filme da saga Crepúsculo, onde os personagens Isabella Swan e Edward Cullen passariam a sua lua de mel no Brasil.
O local foi uma ótima escolha, porque a praia é muito linda, a paisagem do local ainda conta com o Pão de Açúcar do Mamanguá, que é uma montanha meio a vegetação da praia acessível por trilhas (mas não fomos). Ficamos lá na praia curtindo a tranquilidade do lugar. O cantinho direito tem umas pedras com a vegetação caindo sobre o mar que forma um cenário lindo.
Logo depois seria a pausa para o almoço em um local conhecido como Ilhote, porém quando fomos era baixa temporada e o restaurante não estava funcionando. Por sugestão do capitão da lancha, fomos comer em um outro lugar, o Restaurante Engenho D’água. Ele é bem de frente pro mar e possui um píer com um ótimo visual, onde também deu para dar uns saltos a água enquanto esperávamos os pratos ficarem prontos.
Essa mudança de planos nos deu mais tempo e assim visitamos um local que não fazia parte do roteiro: o Forte da Tapera. Um dos Sete Fortes de Paraty que protegeram a cidade na época do império.
O visual lá de cima é incrível. É possível ver grande parte da baía de Paraty, tal como as pequenas ilhas que ali se encontram, por exemplo: a Ilha Rasa, a Ilha de Bexiga e a Ilha do Mantimento. O gramado estava bem aparado e as palmeiras davam um charme extra ao lugar, que ainda conta com alguns canhões e algumas paredes em ruínas.
Aproveite ainda para dar uma volta por baixo do forte. Tem uma trilha de uns 50 metros que leva a uma prainha linda e um mirante de tirar o fôlego. Esse foi o último ponto de parada do passeio de lancha em Paraty e aproveitamos bem no nosso dia.
Foi muito bom conhecer esse local ainda pouco explorado turisticamente. O Netuno Expedition Fast é realmente imperdível. Apesar de um pouco mais caro que os demais, pois é feito de lancha, vale a pena. A volta do passeio é no início da tarde, ainda sobrando tempo para caminhar pelo Centro Histórico, fazer mais algum tour a pé ou de bike, ou ir a outras praias (ex: Praia da Jabaquara).
Trindade: passeio de 1 dia
Com saída às 10hs da manhã da agência Paraty Tours em um micro-ônibus privado, fomos conhecer a famosa vila de pescadores vizinha. Trindade é incrível e esse tour vale muito a pena ser feito se você tiver pelo menos um dia extra livre para passeios em Paraty. São aproximadamente 6hs de passeio.
Depois de aproximadamente 30 minutos de estrada e muitas explicações do guia sobre como seria o passeio pelo vilarejo, chegamos na primeira parada em Trindade, a Praia do Cepilho. O paraíso dos surfistas, com boas ondas, boa faixa de areia e umas pedras enormes enfeitando a paisagem.
É na Praia do Cepilho onde estão a maioria dos campings de Trindade. A parada foi rapidinha, só pra gente conhecer mesmo, fotografar e curtir o visual. Ah, é nesse ponto que os carros que desejam entrar pra vila tem que passar por dentro de um riacho que corta a “estrada” em cima da pedra. É curioso assistir eles passando.
Em seguida seguimos para a Praia do Rancho. O ônibus parou dentro de uma pousada que também é restaurante para o pessoal já fazer suas reservas dos pratos. Isso é bem prático, pois na volta do passeio, já chega tudo rapidinho e não morre de fome.
De lá seguimos todos caminhando pela areia até a Praia do Meio. Neste momento é preciso escolher qual maneira chegar até a Piscina Natural do Caixa d’Aço: de lanchinha ou pela trilha. Nós preferimos o passeio pela trilha, porém se você não curte caminhar ou tem algum problema de saúde que o impeça, o melhor é seguir de barco (custa 15 reais pra ir e mais 15 pra voltar).
A trilha não é muito íngreme, tem até poucas elevações, porém o solo é cheio de raízes, o que exige um certo cuidado para concluir o trajeto. Essa primeira trilha é bem tranquila, e proporciona visuais incríveis em meio a Mata Atlântica. Coisa de 15 minutos e já estamos na Praia do Caxadaço (ou Caixadaço, ou Cachadaço, ou ainda Caixa d’Aço).
A praia possui uma grande faixa de areia e algumas pousadas, camping e restaurantes no meio do mato, de frente pro mar. Mas seguimos caminhando e apreciando a vista até a outra ponta da praia, pra acessar a trilha que leva até a piscina natural. Essa sim é um pouco mais complicada, mas é só ir devagar que todos chegam. Vi crianças e até idosos fazendo a trilha.
Finalmente chegamos na Piscina Natural do Caixa d’Aço. É um pequeno paraíso na terra! Águas calmas e cristalinas, renovadas pela força das marés, repleta de peixes e cercada por grandes blocos de pedras de diferentes tamanhos. Perfeita para banho e a pratica do Snorkeling. O material é fornecido gratuitamente pela Paraty Tours ainda no ônibus. A dica é se jogar na água e curtir o passeio.
Confesso que quando chegamos lá tomei um susto. Haviam muitas pessoas logo na entradinha. Mas foi só ir em direção a piscina natural que ficou mais tranquilo. A água estava gelada e acho que isso assustou um pouco o pessoal que ficou mais pelas pedras mesmo.
Algumas pessoas do grupo preferiram voltar de lancha (15 reais), mas nós retornamos a pé novamente. Foi um pouco cansativo, mas era só ir parando, curtindo o visual e fazendo fotos. O tempo passou rapidinho e aproveitamos bastante.
Optamos por não reservar o almoço e fazer apenas um lanche rápido. Aproveitamos para conhecer melhor a vila e fazer a caminhada da volta sem pressa. Retornando para o ponto de encontro, acabamos encontrando um restaurante na frente do mar que servia um prato feito com excelente “custo x benefício” e não resistimos. Foi lá onde almoçamos.
A volta para Paraty deixou a certeza que voltaremos a Trindade mais vezes. A cidade tem outro ritmo, mais tranquilo e pacato, perfeito para relaxar. Vimos algumas pousadas bem legais pela cidade.
Centro Histórico de Paraty
Como eu já havia dito, Paraty conserva toda a sua estrutura antiga no Centro Histórico. Andar de dia e à noite pelas ruas é uma ótima oportunidade de reviver o passado. As casas são lindas, coloridas e o que, antigamente, era uma casa colonial hoje dá espaço pra restaurantes, lojas, padarias, galerias de arte, pousadas e afins.
O Centro Histórico de Paraty é realmente uma obra de arte a céu aberto. Todos mantendo a estrutura antigas das casas, até porque ele foi tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A noite ele fica ainda mais charmoso, com diversos restaurantes iluminando as mesas nas ruas com velas.
Curtiram nossas dicas de passeios em Paraty?
Essas foram nossas dicas dos Top 5 passeios em Paraty que você não deve deixar de fazer. Fazendo na ordem apresentada, vocês estarão explorando muitíssimo bem a cidade, indo do mar a montanha, e conhecendo também um poucos dos arredores.
A Paraty Tours foi nossa super parceira nessa viagem e nos recebeu como filhos em sua casa. Amamos os passeios e todo o cuidado dos guias em passar as informações aos turistas. Eles oferecem muitos mais passeios e tem óticas dicas do que fazer em Paraty. A loja fica na rua principal, perto da entrada do Centro Histórico de Paraty.
DICA EXTRA 1: Vale a pena se informar sobre como está o movimento das marés durante os dias que estiverem lá. As 3 primeiras ruas próximas ao porto costumam alagar e ficam lindas. É um super atrativo para fotografias, brincando com as águas refletindo a imagem das casas. Beleza em dose dupla.
DICA EXTRA 2: Outra dica imperdível também é experimentar os doces de rua que são vendidos nos tradicionais carrinhos e ficam no Centro Histórico de Paraty. Eles são de dar água na boca (e dão mesmo).
Aproveitem e utilizem a hashtag #aventurasemparaty para a gente ver vocês curtindo os paraísos de Paraty com as nossas dicas.
*Texto por Matheus Rodrigues. Edição e fotos por Maurício Oliveira.
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